Inovação a partir do branding: 7 aprendizados de facilitação
Após altos e baixos do “o que fazer com aquilo que sei por um mundo melhor”, me dei conta de que suporte estratégico de posicionamento de marca e comunicação para negócios de impacto social era uma demanda – e eu poderia contribuir com a oferta. Munida com ferramentas de inovação aprendidas durante a formação Amani, como o Branding Canvas, desenvolvido e criado pela Anne Miltenburg, do The Brandling, pensei qual poderia ser o desenrolar de sessões de inovação que partissem de discussões acerca da essência da marca, seguindo de forma leve e fluida para desdobramentos que abrangessem desde o modelo de negócio a uma revisão de posicionamento.
Foi assim com o processo da Mobiliza, uma consultoria especializada em gestão e captação de recursos que vem ajudando organizações da sociedade civil a ampliarem seu impacto. Com o marco do recente lançamento de um inovador índice aberto que mede a régua de prosperidade dessas organizações, a empresa buscava ampliar horizontes e se repensar para dar saltos escalonáveis dentro dos próximos cinco anos. Foi então que nossos caminhos se cruzaram e pude prototipar o pensar da inovação em um negócio partindo da essência da marca. “O apoio da Carolina para a Mobiliza tem sido um processo muito rico e eficiente. A mescla de metodologias simples e profundas, com sua facilitação atenta ao que está pulsando no processo, está fazendo com que eu me sinta apoiado de forma profissional e, ao mesmo tempo, com uma abordagem humana e conectada às nossas necessidades do momento”, compartilhou Rodrigo Alvarez, diretor executivo da Mobiliza. O processo foi tão inspirador e focado em resultados que será replicado para outras empresas em breve.
Compartilho abaixo minha perspectiva e meus aprendizados vivenciados na prática durante essas sessões. Relaciono-os a sete lições tiradas da experiência Amani:
1 – Trust the process:
Faça com que as pessoas envolvidas nas sessões acreditem no processo organizando e compartilhando o porquê das escolhas de ferramentas e direcionamentos. Não deixar os participantes no escuro aumenta o nível de confiança e, consequentemente, o engajamento e a entrega.2 – The more you put in, the more you get out:
Envolva-se de corpo (sim, sua postura corporal diz muito!) e alma no processo. Quanto maior a entrega, maior a capacidade de empatizar e tornar a escuta mais ativa. Ouça o que os participantes dizem mesmo quando não estão dizendo. Tudo isso contribui para um ambiente seguro, onde todos possam estar confortáveis para compartilhar suas opiniões.3 – Ask questions no one else does:
Questione sem medo, buscando pelas raízes de pensamentos e atitudes. Essas respostas podem levar a ressignificações valiosas.4 – Stay in the process:
É fácil se perder: divagar, entrar em problemas, bloquear ideias que podem ser desenvolvidas. Como condutor, permaneça atento e lembre-se de que muitos detalhes às vezes podem ser prejudiciais. Isso não significa podar as ideias e as discussões, mas colocá-las em uma caixinha e trazê-las novamente à tona no momento correto.5 – Open up and close down:
Deixe a imaginação fluir, mas, assim como diz o Design Thinking, tenha em mente a linha de chegada e as limitações de cada projeto. Ao final do processo, após selecionar as ideias que fazem mais sentido no momento, é importante que sejam traçadas ações concretas para que as sessões não fiquem limitadas apenas ao campo criativo.6 – Listen to the needs:
Há um objetivo pré-estabelecido, mas o caminho é traçado conforme se caminha. Seja leve e deixe-se também conduzir pelo processo.7 – Zoom in, zoom out:
Procure sempre considerar, no mínimo, dois cenários: micro e macro. Relembrar constantemente disso ajudará a entender tanto o impacto interno quanto o externo das ideias – e quem sabe gerar ainda mais insights.
Vale a pena! Organize e mantenha um diretório das ferramentas que vai aprendendo ao longo do tempo. Quanto mais frescas elas estiverem na cabeça, mais fluidos ficam os processos.